24 de abril de 2013
A QUEDA
Nunca imaginei que veria o tempo do orgulho
Da precipitação de tudo o que é transcendente e sagrado
Do materialismo mais apaixonado
Da mais veemente degradação
Da fúria apaixonada e arrebatada das baixezas
Dos peitos declarando imunidade aos pecados todos
Dos invertidos santos
Dos falhos de toda fraqueza de consciência.
Tempo dos super-homens
E de um eterno presente
Com fortalezas do devir.
Pais e avós apenas dignos de escárnio, deboche e indiferença.
De anjos incapazes de reconhecer o verdadeiro,
De chorar o belo,
De sangrar alguma indiferença respeitosa
- ao menos.
Não mais drama
A poesia apenas um meio
A comédia impossível
Vermelho e negro em toda parte.
Caveiras de diamante sorrindo
Festa sem fim
Melancólico banquete
Onde não mais se distingue quem se serve
Quem é servido?
Sem porta de entrada.
Sem porta de saída.
Delícias que não saciam jamais
A cauda do dragão é avistada nas nuvens de chuva
E o deus ex machina nunca vem.
*Francisco Goya’s The Pilgrimage of St. Isidro (detalhe)
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boa poesia!
ResponderExcluirPoesia repleta de critíca e pautada pela cosmovisão cristã? Me gusta!
ResponderExcluirParabéns, Luiz!