28 de fevereiro de 2012

Três questões para o teatro em Belém



O Teatro em Belém necessita ter sempre em vista três (3) questões. Deixo de fora - sem negar a importância - algumas questões estruturais da administração pública como a pouca disponibilidade de espaços de apresentação e a carência de incentivos públicos. Gostaria de sair um pouco do velho "Eles não ligam pra nós" se me permitem. Adiante.

1 - Investimento em publicidade dos espetáculos

Quando digo para um desconhecido que faço Teatro ouço, quase sempre, a mesma pergunta: "Ah, você é do Verde-ver-o-peso?". Nada contra esse clássico do teatro paraense mas isso evidencia o quanto o público desconhece a maior parte dos trabalhos feitos pelos criativos grupos da cidade. O espetáculo do Grupo Experiência está há décadas em cartaz e não há como se comparar nesse quesito. A questão que quero colocar é que muitas vezes falta investimento na divulgação dos espetáculos. As redes sociais abriram uma possibilidade maravilhosa, porém a melhor forma de divulgação - além das matérias em sites e jornais e dos cartazes e folders passados de mão em mão -  ainda é a velha e eficiente propaganda, seja em rádio, TV ou em outdoors. Aí você pergunta com toda razão: "Com que dinheiro?" É aí que está. Eu mesmo já me convenci de que não dá pra fazer teatro em Belém na expectativa de um retorno financeiro sem a ajuda dos recursos de uma mídia ostensiva. Existem casos excepcionais, é claro. Mas as produções, em especial a dos grupos sem uma platéia cativa numerosa, podiam pensar com carinho em um dia investir (ou direcionar, nos casos de espetáculos subsidiados por recursos públicos) na venda do seu trabalho como um produto, possibilitando que a platéia venha a ser composta um dia por mais dos que os parentes e amigos mais próximos. Falando em espetáculos subsidiados, acho um absurdo que muitos dos editais não tenham uma cláusula exigindo que os grupos invistam parte dos recursos destinados para a publicidade dos espetáculos. É preciso comprar - literalmente - a briga pela atenção do espectador em tempos de internet, DVD e TV a cabo. Se pudesse simplesmente optar em ter mais dinheiro para montagem, para pagar atores e técnicos OU para divulgação dos meus espetáculos, eu escolheria sem pestanejar este último. Teatro é para ser visto. 

Investimento em publicidade também é um problema no item 2.

2 - Festivais de Teatro regionais e nacionais

Festivais são eventos caros. É louvável o esforço dos que organizam festivais e mostras de teatro em Belém e no interior, com ou sem recursos públicos (raríssimos!), periodicamente ou não. No entanto, tem falhas em quase todos os festivais que atentam contra os objetivo principal dos próprios festivais que são a formação de platéia e o intercâmbio entre o fazer teatral entre cidades, estados ou países diferentes. A formação de platéia é PREJUDICADA pelo investimento deficiente na publicidade dos festivais. Um festival que se preze tem que ambicionar PARAR uma cidade para que ela o veja passar. O que acontece de fato - como aconteceu no último e único Festival Nacional de Teatro promovido no ex-governo estadual petista - é que praticamente apenas os artistas ficam sabendo dos festivais. Os festivais ficam parecendo mais jogadas políticas para ganhar status com a "classe" do que um compromisso verdadeiro com o público. Este, do centro e da periferia, fica quase que completamente alheio aos acontecimentos, perdendo a oportunidade de comparar a produção local - como no caso do Festival Nacional - e perceber que muito do nosso teatro não deve nada em contraste com a qualidade dos grupos convidados, como por exemplo, os dos grandes centros como SP. Quantas vezes não fiz essa pergunta para pessoas de cantos variados da cidade, da classe A, B ou C, durante esses festivais: "Você sabia que está ocorrendo um Festival de Teatro na cidade?", e a resposta: "Não... Quanto é?", ao que devolvia: "É de graça, pô!" O que evidencia uma triste dinâmica: a "classe" vai aos Festivais e leva os amigos mais próximos. No entanto, a dona Menina lá da Terra Firme que sonha em levar os netinhos ao teatro não sabe até hoje que por aqui existiram festivais. Prova de que o povo quer ir ao teatro foi a passagem dos SESI Bonecos pela cidade arrastando multidões mesmerizadas com um simples: entrada franca. É claro que o SESI investiu milhares e milhares de reais mas também não dá pra formar platéia pensando em avisar só o periquito e o papagaio da vizinha. Os festivais devem ter como missão fazer com que as cidades se apropriem da diversidade de suas produções e, sentindo-se orgulhosos delas, se lembrarem de que pode ser recompensador investir nos grupos locais. Sonho em um dia me surpreender com minha vizinha vendo o quanto eu me esforço na platéia de um festival. Mas ela só vai comparecer se visualizar um outdoor no seu bairro, ouvir no rádio ou ver na TV. Ou se eu avisar ela.

O intercâmbio entre os fazeres teatrais é o assunto do item 3.

3 - Quando vai nascer um crítico teatral nessa cidade?

É fato. Belém precisa urgentemente de críticos teatrais. Não precisa ter qualidade pra começar: que venham os toscos, os pedantes, os ignorantes, os trolladores, os cruéis, os desonestos, etc. A verdade é que eles precisam aparecer e colocar a produção local em debate. É só através do debate que a mesma crítica teatral vai se aperfeiçoar e realmente começar a beneficiar o trabalho dos artistas. É muito louvável a iniciativa do Orlando Simões do site Ponto Zero com o seu foco na semiótica dos textos. Contudo, a produção precisa refletir não só o trato com a dramaturgia, mas também os esforços da direção, a criatividade ou não dos técnicos, a insegurança dos atores, o equívoco das produções, etc. Eu me pergunto porque a Escola de Teatro da UFPA não forma críticos com tanto o que tem de teoria no currículo dos seus cursos. Nunca passou pela cabeça de nenhum egresso desta, ao perceber que apesar dos esforços para se encaixar como ator ou técnico, que poderia também mergulhar em estudos naquela biblioteca para se arriscar a escrever sobre o que vê nos palcos da cidade? Ou será que todo mundo nessa cidade só pensa em brilhar na ribalta? Servir ao teatro apaixonadamente pode comportar muito bem a atividade profissional de um crítico sem medo de pisar em ovos. Os grupos sérios com trabalhos coerentes merecem ser reconhecidos e os claudicantes merecem sim umas bordoadas. É a ausência de diversidade do debate intelectual que nos separa dos grandes centros muito mais do que o destino dos recursos públicos. No último Festival Territórios de Teatro, quando o Teatro do Ofício participou com o espetáculo "Uma Flor para Linda Flora" de Carlos Correia Santos, constatamos, surpresos e decepcionados, que não teria crítica teatral opinando. Foi um balde de água fria. Para mim, ao menos, foi um prazer incompleto, apesar da platéia maravilhosa, fazer um esforço do cão para não ter um só minuto de reflexão sobre o resultado de 2 anos de trabalho. Teve cachê mas saímos mais pobres do que entramos. Sonho em ter meu trabalho esculachado por um crítico em uma Belém que só tem sorrisos e tapinhas nas costas. O público, mais uma vez, perde a oportunidade de comparar o nosso trabalho graças ao provincialismo em se preservar mais o amor da "classe" do que a busca da perfeição. 

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Longe de mim achar que tenho soluções e que sei o que é o certo para o Teatro feito em Belém. Também não tenho nenhuma militância teatral (no sentido reivindicatório da coisa) para me servir de atestado de autoridade. O que tenho é a minha lida com os problemas do palco como ator ou, mais recentemente, como produtor e diretor dos meus trabalhos no Teatro do Ofício.  É bom esclarecer que tudo o que eu opinar aqui também vale para mim. Tenho o ponto de vista do meu fazer teatral com alguns sucessos e um desfile infindável de fracassos maravilhosos que enriqueceram a minha alma e empobreceram os meus descendentes. Evoé.




27 de fevereiro de 2012

O Transformer neodarwinista




- Tive a honra de revisar esse artigo publicado no blog Direita ao ponto. Um didático exercício de lógica do anticamarada Yuri Freire. Vale muito a pena! Divirtam-se!!!

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Por Yuri Freire de Carvalho Espírito Santo

Tentarei explicar de forma simples e didática o que quero provar, no caso, porque é o Darwinismo segundo é aplicado hoje (neodarwinismo), a pior escolha para explicar a origem da vida no Universo. Provarei que o neodarwinismo nessa proposta, não tem nada de científico e é anti-científico, não pode ser levado em consideração. É uma estratégia desonesta e presta um desfavor à ciência.

Vamos utilizar um quadro de conceitos preliminares para o entendimento do texto:

Navalha de Occam 



Criado por Guilherme Occam, monge franciscano Inglês, a navalha de Occam é um dispositivo utilizado nas ciências em geral que visa a correta interpretação da natureza. Serve a todos os campos do pensamento humano. É conhecido como o princípio da parcimônia aonde diz basicamente que não devemos adicionar hipóteses desnecessárias para a interpretação do fenômeno. Com isso, temos ainda que normalmente, pela navalha de Occam dentre 2 possibilidades para explicar um fenômeno devemos escolher entre o mais simples, que no caso, explica um maior leque de coisas.  Como critério de pensamento, está sob o crivo da lógica.

Vamos à um exemplo ilustrativo: Um paciente aparece no seu consultório (você é o  médico), com febre, dor de cabeça e atrás do olho, dores nas articulações, manchas vermelhas pelo corpo, perda de apetite, letargia etc. Você como médico pensa em uma única doença que explique todos os sinais e sintomas. Isso na hora de escolher entre as quais você pensou. Mas ao invés disso, porque você não pensa que ele pode ter várias doenças, cada uma causando um dos sintomas? Por exemplo, ele poderia ter uma adenovirose causando, febre e mal estar, câncer causando perda de apetite até mesmo a febre, lúpus causando dores e manchas, e por aí vai (quem é estudante pode viajar e somar ad infinitum). Por que naturalmente você quer encontrar apenas uma doença que explique tudo do caso? (Lembre-se de como os médicos em House trabalham).

O objetivo aqui não é demonstrar conhecimento médico por isso cada explicação acima é simples. Enfim, qualquer pessoa admitiria que o segundo médico está associando hipóteses demais e isso é desnecessário. E como não poderia ser diferente, a chance de o segundo médico errar (e errou) é muito maior do que o do primeiro (você), que pensou em uma dengue, por exemplo – que pode sozinha explicar todos os sinais e sintomas. Ora, temos então que embora não seja impossível o paciente ter mais de uma doença associada (e não é incomum, diga-se de passagem), antes de eu adicionar um terceiro elemento no caso, devo percorrer toda a literatura médica que tente explicar todos os fenômenos (ou pelo menos a maioria) com uma única doença, só depois, não sendo possível explicar o caso por uma única patologia, devo pensar na soma de mais de uma doença. Caso contrário estarei ferindo a navalha de Occam, e adicionando hipóteses diagnósticas em excesso. Essas hipóteses em excesso aumentam sobremaneira minhas chances de errar o diagnóstico – é mais provável que ele tenha apenas dengue e não toda a parafernalha somada. Perceba como intrinsecamente todos os médicos utilizam a navalha de forma inconsciente muitas vezes. Mesmo não conhecendo-a ela é muito necessária.

O segundo conceito que temos que compreender é:

Relógio de Paley 


O relógio de Paley é uma historinha. Imagine você no mais absoluto deserto. Nem sinal de civilização em pelo meno milhares de quilômetros em volta. Solitário você caminhando nesse deserto, de repente encontra um relógio de ponteiro, de bolso, lindo, personalizado. Você pensa:

a)      Algum ser humano esteve ali e perdeu o relógio. Ora, então o relógio foi feito por mãos humanas e foi perdido ali.
b)      A natureza pelas suas próprias forças criou o relógio por acaso, e você no maior golpe de sorte, encontrou o único relato de objeto com função para os homens na história dessa mesma natureza.

Por mais sonhador que seja, você escolherá a letra “a”, ainda que não considere a letra “b” impossível. Isso porque ao que lhe consta, ainda não se tem relatos de um fenômeno semelhante feito pela natureza ao acaso. Mesmo que você não considere a segunda possibilidade impossível, a primeira já lhe parece suficiente para explicar o fenômeno, e para aquele momento, aquilo é uma verdade e te permite “não tatear no escuro”. Te permite pensar, por exemplo, que pode haver organização humana num raio próximo e que você poderia conseguir água lá. E assim vai.

Perceba que pensar a primeira hipótese, é também utilizar a navalha de Occam, porque entre duas possibilidades, você escolheu a mais simples e harmoniosa e que parece ser suficiente para explicar o fenômeno naquele momento e mais ainda, permite projetar coisas. A primeira hipótese se considerada verdadeira, não lhe permite mais nada além de admitir a veracidade da mesma. Trocando em miúdos, escolher a hipótese mais improvável, não permite a ciência caminhar, não te permite avançar nas buscas. A primeira sim, permite, como já demonstrado.

Mas falando do Relógio de Paley em si, essa parábola, tem como princípio tentar explicar que dada uma observação de um fato, se queremos entender a explicação dele, devemos buscar a ordem anterior que propiciou ele. No caso, se eu quero explicar o relógio no deserto, eu devo tentar entender a ordem anterior ao relógio ali, ou seja, que alguém construiu um relógio com uma finalidade e esse relógio foi trazido por uma pessoa com outra finalidade e por ai vai. Se quero explicar o relógio, devo entender como ele funciona, e para isso devo entender a ordem do arquiteto do relógio. Por isso o Relógio é válido. Aliás o correto seria chamar “Relojoeiro de Paley”, porque trata muito mais da ordem que da sentido as coisas, do que como o relógio foi parar ali, embora seja assim a metáfora.

Ao contrário do que muitos pensam, o Relógio de Paley não está preocupado em dizer que a ordem não pode jamais surgir da desordem. Se ela fizesse isso estaria indo contra a matemática das probabilidades e a física da termodinâmica e deveria ser rasgado. Sim, é possível surgir ordem no caos, mas não a ordem que vemos nos sistemas vivos. Mas isso não é função do Relógio e sim da reta lógica mesmo. Demonstrarei mais adiante.

O terceiro conceito é o próprio Darwinismo:

Darwinismo


Darwinismo simplificando, nada mais é que a corrente filosófica na ciência que busca explicar a origem das novas espécies na natureza, através da idéia de evolução e seleção natural.  Esse processo faz parte do que chamamos, especiação.

Ao contrário do que muitos acham, Darwin não criou a idéia de evolução. Ele apenas tentou explicar o modo como os seres evoluem, mais ainda, como eles evoluem a ponto de gerar novas espécies. Ou seja, outro erro que atribuem a Darwin é a idéia de que ele acabou de vez com a hipótese da criação. Darwin não explicou como a vida surgiu na Terra, ele apenas explicou como pressões seletivas do ambiente são capazes de impor condições aos seres de modo que eles se distanciem dos outros da comunidade e sejam capazes de gerar uma nova espécie. Ou seja, ele não explica a origem da vida e sim de novas espécies. Tanto sim, que o seu livro é “A origem das espécies” e não “A origem da Vida”. Darwin tinha claro aquele velho dogma (sim dogma) da biologia: Um ser vivo surge de um outro ser vivo pré-existente. Em suma, ele estava falando de como seres vivos (já vivos, óbvio) eram capazes de se diferenciar entre si e assim formar novas espécies e não como a vida surgiu. Darwin era evolucionista, mas não criou o evolucionismo.

Darwin então consolidou que essas pressões seletivas na natureza “escolhia” as características vantajosas nos seres vivos, ou, que os seres que possuíssem características que se adequavam as pressões seletivas, esses sobreviveriam e poderiam passar adiante seus caracteres. Para ilustrar imagine um ambiente com bastante gramíneas e bastante árvores. Nesse ambiente vivem girafas de pescoço pequeno e girafas de pescoço longo, e que as de pescocinho só alcançam as gramas e as de pescoço longo só as árvores. De repente, por um acontecimento na natureza (pressão seletiva) a grama fica escassa e já não é suficiente para todas as girafinhas de pescocinho. Elas fatalmente morrem. Só sobra as de pescoção. Isso porque diante da pressão do ambiente (escassez de grama) a característica pescoção, que permitiu comer folha na árvore, foi capaz de manter as “girafonas” vivas. Se por um acaso o fenômeno fosse outro, o final poderia também ser outro. E sobrevivendo as “girafonas” poderiam se reproduzir sem se extinguir. Isso é apenas uma faceta do Darwinismo, existe ainda outros fenômenos, como isolamento geográfico, reprodutivo e etc. Mas não cabe aqui na simples explicação. Simplesmente devemos compreender que as pressões ambientais podem ser tais que isolam tanto alguns indivíduos, que eles não podem mais cruzar com os da comunidade original e já não partilham mais de características típicas, nesse momento surgirá uma nova espécie.

Então Darwin explica, além de como seres mudam e viram novas espécies, como também elas podem ser extintas. Só isso. Qualquer outra coisa atribuída é invencionice. Perceba que em si mesmo, o darwinismo não pode atribuir as mutações ao acaso, visto que as características que irão sobreviver e existir são sugestionadas, todas, pelo ambiente. O ambiente que irá escolher qual característica é vantajosa e não o acaso (os fenômenos da natureza não acontecem por acaso). É a mudança no ambiente que determina quem vive e quem morre. É por esse motivo que vemos peixes com nadadeiras e não com asas ou penas. As mutações atribuídas ao acaso são outras e aparecem depois de Darwin, observando outros fenômenos. Esse último é o Neo-Darwinismo. Foi depois de Darwin que os cientistas perceberam que a “seta” que vai, também volta. Os cientistas perceberam que em dada comunidade, os seres podem sofrer mutações que, num ambiente estável, que não mudou (pelo menos não tanto), mutações podem conferir características vantajosas.

Para ilustrar o último caso, vamos para outro exemplo: imagine as mesmas girafas de antes, elas vivem bem no ambiente, e ele não mudou, manteve-se sempre o mesmo. É possível que em dado momento a “girafona” sofra mutações ao longo dos anos e que ela pode agora além de comer folhas das árvores altas, pode também comer as gramas. Mesmo no ambiente estável, você terá que admitir que a mutação favoreceu a “girafona”, porque agora ela exibe uma característica vantajosa até mesmo para o ambiente estável. Caso o ambiente mude, ela terá mais chances de sobreviver. Em um ambiente estável, dificilmente uma mutação é extrema, o fato que temos observado é que em ambientes estáveis as mutações drásticas são deletérias e matam os seres vivos. As mutações são insidiosas e em vários planos. O que seleciona caracteres extremos geralmente, são mudanças no ambiente, porque aí não tem jeito, apenas algumas características conferem vantagens, ou uma ou outra. Na água o que confere vantagem são nadadeiras e não asas. Em ambiente estável, pequenas mudanças são permitidas sem extinguir seres, e com o tempo geram novas espécies. Isso é fato (não se questiona). E é por esses fatos que a ciência busca entre as espécies, os seus intermediários. É por isso que a ciência busca características intermediárias entre tigres-dentes-de-sabre e os atuais tigres sem que isso seja absurdo. E é por esses mesmos motivos que você não verá uma girafa virar um pássaro de repente, nem répteis virarem aves de repente. As mutações têm limite dentro de um genoma. O genoma da girafa não permite que ocorram mutações que façam aparecer asas nela, por exemplo, muito menos, asas funcionais. Esse é o fato que temos. Esse é tema para outro artigo. Aqui quero apenas mostrar as bases.

O neodarwinismo ainda se ocupou de explicar os fenômenos envolvidos no modo como essas características foram transmitidas por gerações. Mas isso o Darwin não fez, ele apenas afirmou que esses caracteres eram transmitidos. Como eram transmitidos, foi Mendel que se ocupou de explicar (mas isso é para outro artigo). Enfim, com o passar dos anos, consolidando os conceitos de Darwin e Mendel, foi que os neodarwinistas criaram a moderna hipótese da origem dos seres vivos. Neodarwinismo é então a corrente filosófica na ciência que afirma que a vida surgiu na Terra pelas mudanças ambientais e exclusivamente pelo acaso, tomando como base as idéias desses dois cientistas. Veja a diferença dessa corrente para o Darwinismo, em comum apenas ter Darwin no meio.

Então que fique claro: Darwin não explica como surge a vida (não elimina a hipótese de Deus), Darwin não explica como répteis viram aves, e por fim Darwin entendia a mutação ao acaso. Isso só veio depois. Ele lançou bases para isso somente.  Pensar o contrário de tudo que afirmei aqui sobre o Darwinismo seria como escolher a letra “b” na historinha de Paley. Por mais que você considere possível, seria remotamente possível e não se repetiria tão cedo, quem sabe nunca mais.



Ora, consolide os três conceitos: Darwinismo, Relógio de Paley e Navalha de Occam. Com eles ficará fácil compreender alguns problemas graves na atual hipótese da origem da vida dada pelos neodarwinistas.

O ser vivo autônomo mais simples que temos são as bactérias. Ou seja, dentre a infinidade de seres que temos, os menos complexos são as bactérias. Mesmo assim ouso a afirmar que elas são mais complexas que qualquer mecanismo de um relógio ou mesmo das melhores máquinas inventadas hoje. Se você observar como funciona o flagelo das bactérias, verá que espetáculo da engenharia é ele. Tem rotor, chave reguladora, junção, gancho, estator etc. Ou seja, tudo que máquinas mecânicas tem. É aparato pra engenheiro nenhum botar defeito. A única diferença entre esses flagelos e braços mecânicos ou bombas mecânicas, é apenas o esqueleto sobre o qual estão armados. Enquanto o esqueleto das máquinas é de metal, os flagelos possuem esqueleto de carbono. Só muda o grupo na tabela peridódica. Por incrível que pareça. Uma busca simples na internet sobre o funcionamento dos dois, prova fácil o que digo.

Sem titubear, posso comparar a fascinação de ver um robô com a fascinação de ver uma bactéria funcionando. Ambos são intrigantes. Pessoalmente me intriga mais o primeiro. Mas nessa fascinação, observar ambos significa achar os dois interessantes ao ponto de entender a sua ordem. E nesse ponto, preciso da navalha e do relógio para me darem uma boa interpretação dos fatos no robô e na bactéria.

Agora imagine que você fez uma viagem a uma das muitas Luas do sistema solar, que não a nossa, essa já alcançamos. Chegando lá, você se depara com um complexo sistema de robôs trabalhando em conjunto e dando origem a novos robôs e assim sucessivamente. Algo como em Transformers. Observando isso você pensa:

a)      Foi criado por seres inteligentes não humanos, não são vivos, mas sabem como se construírem porque possuem programação para isso.
b)      As condições ambientais dessa lua permitiram, com o tempo, que os metais se organizassem ao acaso, de modo que permitiu essa complexidade, e por isso são uma forma de vida feita à base de outro esqueleto que não o carbono, no caso de metais.

Vamos começar pela segunda opção. Ora se eu considero que no meu planeta Terra, estruturas infinitamente superiores às dos robôs foram possíveis ao acaso, é muito possível que a vida surja através de outros elementos em outros lugares do universo, e que podem alcançar a complexidade. Essa hipótese é muito buscada hoje quando se questiona se há vida fora da Terra. Muitos cientistas consideraram errado buscar vida através de pistas que temo aqui no planeta, como água e carbono etc. Muitos cientistas disseram que estaríamos utilizando nosso critério de vida e que talvez fosse possível fazer vida com outros elementos. Sendo assim os robôs nessa lua poderiam muito bem serem vivos sob outro esqueleto.

Escolhendo-se esse critério para a Terra, não posso considerar absurdo considerar para outros planetas. Quer dizer, se vejo uma estrutura extremamente complexa em um ambiente e considero que ela surgiu do nada, ao acaso, não será nenhum absurdo acreditar na letra “b”. Aliás, é isso que temos feito. Em termos se quero estar coerente com a ciência atual da Terra DEVO escolher a letra “b” no caso.

Agora se você escolher a letra “a”, aí você tem algo mais simples e mais harmonioso. E com certeza foi o que você pensou em escolher primeiro. Você pensou: “ora, ao que me consta é muito mais provável que alguém tenha construído esses robôs. Afinal é o que é mais provável. Agora posso estudar a ordem do robô e quem sabe não descubra como ele foi parar ali e através de quem”. Quando você escolheu a letra “a”, agiu com a navalha de Occam, pois considera que a letra “b” é por demais complexa e cheias de excesso, considera que a letra “b” para existir deve haver uma infinidade de condições somadas (como na historinha da doença) para isso acontecer. E por isso você antes de considerar a segunda hipótese, você antes tem que esgotar a primeira que explica por si só muito bem o fenômeno. Você também agiu segundo o relógio de Paley pois antes de querer saber como foi parar ali o robô, você quer entender como funciona o robô. Você não considera impossível a letra “B” mas sabe que é altamente improvável e mais ainda que ela pouco te ajuda e tem grandes chances de errar.
Se você escolheu a primeira opção, meus parabéns, você agiu dentro do escopo da ciência e portanto da reta lógica. E sabendo que a primeira opção provavelmente lhe dará ocupação para o resto da vida, você deixa a questão acerca de quem criou os robôs para outra esfera. Saber que ele foi criado por uma mente inteligente já lhe basta. E isso não atrasa sua ciência pelo contrário te lança em outras questões.

A letra A seria a ciência séria, em relação à criação. Deveríamos observar a vida e nos satisfazer com a idéia que algo inteligente a criou, afinal, por hora essa explicação já é mais que suficiente. E agora, você se ocupará em buscar a ordem da criação e quem sabe nessa busca, descobrir o criador. Essa seria a idéia prudente, não o contrário.

Veja o tamanho do problema em que se meteram os neodarwinistas: para não correr o risco de avacalhar com as próprias idéias, são obrigados a considerar real e melhor, algo até mesmo absurdo, como a criação espontânea e randômica de robôs em planetas exóticos. Seria como ver alguém pular de um trampolim e da mesma forma que entrou na água, voltar ao trampolim e ter que considerar isso como a hipótese mais provável. Seria considerar absurdo que depois de pular ele deverá permanecer na água, e só poderá alcançar o trampolim de volta pelas escadas. Que enrascada!

Observem que o neodarwinismo, descaradamente tenta te convencer do contrário, ele tenta te dizer que toda essa complexidade que temos na Terra hoje, não foi obra de algo inteligente, mas sim de algo totalmente anárquico. E faz isso sem provar nada, sem explicar nada. Como você viu existe um hiato enorme entre como saímos do Darwinismo para a aberração que temos hoje. Mostrei as propostas do darwinismo, com isso você pode voltar e ver que o que temos hoje em nada se assemelha ao primeiro. Verá que não passou de uma jogada. Utilizaram os créditos e a confiança da ciência para passar por debaixo dos panos essa quimera aí. Como você não vê mal nas hipóteses evolutivas e nem em Darwin, por que desconfiaria do Neodarwinismo? Foi assim que perceberam que poderiam com a simples jogada de palavras e conceitos, criar um conflito que nunca existiu, fé x ciência.

O neodarwinismo é puro fanatismo, não é ciência. E se me permite dizer, antes que você venha atirar pedras, mostrei a falácia dessa escola filosófica e pseudo-científica, sem precisar em momento algum falar de religião e fé. Mostrei com aquilo que todos adotaram (infelizmente) como único critério: a ciência.

16 de fevereiro de 2012

Proibir o MMA na TV - proteger as crianças, uma ova!



 “No Brasil tem a proibição de rodeio em algumas cidades porque machuca o animal, a Espanha acabou de proibir a tourada porque machuca o touro, aqui no Brasil é proibido rinha de galo, rinha de canário e pode MMA, é uma coisa brutal, é uma briga de rua”. É com argumentos como esse que José Mentor (PT-SP) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados solicitando a proibição da transmissão de qualquer luta de Artes Marciais Mistas (ou Mixed Martial Arts, na sigla em inglês MMA) em canais de televisão abertos ou fechados. “Chegam ao cúmulo de transmitir lutas violentas em horários comuns às crianças e adolescentes” , protesta o deputado petista em total dissonância com um partido que elabora "kits gays" para acostumar estudantes de ensino fundamental na prática do homossexualismo e que, nos últimos dias, colocou em um Ministério uma militante que assume ter abortado alegremente dois de seus filhos e aprendido a "sugar" fetos na Colômbia cometendo crimes naquele país.

Já deu para perceber que o objetivo do Partido dos Trabalhadores em, digamos, "democratizar" o MMA, não tem nada a ver com a proteção das fracas e oprimidas criancinhas e adolescentes. Mas então o que quer o PT? Desconfio o mesmo de sempre: controle e dinheiro - muito dinheiro.

Segundo dados da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), o UFC-Rio (um dos vários eventos de MMA) atraiu uma ocupação de 78% na período do evento ano passado, fora a valorização cada vez maior dos ingressos em uma marca que já vale 2 bilhões de dólares e não pára de crescer. 

O exemplo dado pela procura de hotéis já dá medida suficiente da força do evento em atrair investidores, anunciantes e (porque não?) o olho gordo daqueles que jamais dormem: os mafiosos incrustados em todos os níveis da máquina estatal. Os mesmos colocaram olho gordo no futebol brasileiro e desde então o esporte amarga uma corrupção sem limites, permanece comandado despoticamente e arrisca protagonizar em 2014 um vexame sem precedentes na Copa do Mundo.

Pensem com eles e comigo: não será muita grana saracoteando sem os auspícios do todo poderoso e "infinitamente generoso" estado brasileiro? E tudo isso longe das pantanosas mãos dos políticos que se apossaram da Máquina? Eu penso o pior. Sim, eu penso porque eles sempre se superam na sanha de colocar as patas sobre o que não é deles. O que os mafiosos querem, ora? NEGOCIAR. No entanto, existem três motivos para não se negociar com a máfia estatal: 1 -  O projeto é hipócrita e ridículo; 2 - o projeto é inconstitucional; e 3 - a máfia sempre vai querer mais e não abrirá mão de usar todas as prerrogativas de Estado para isso. 

Lutadores, mestres, associações, federações, confederações de artes marciais, etc, não se surpreendam se nesse exato momento os conglomerados de mídia esportiva estiverem fazendo o que os políticos querem, pois assim como existe a máfia existem aqueles que estão ansiosos para se aliar com ela e entrar na boquinha.

Portanto, aqueles que vivem desse esporte e são apaixonados por ele, tratem de se mexer o quanto antes. Antes que vejam um esporte em plena ascensão no Brasil levar um direto de esquerda em cheio e venha a beijar a lona pela proibição das transmissões, ou através de um processo de degradação como aquele que vem acontecendo com o lendário futebol brasileiro.






1 de fevereiro de 2012

Meu TOP 15 da banda Oasis


Quem me conhece sabe que eu sou um grande fã dessa banda dos anos 90. Quem ama, ama e quem abomina, abomina mesmo. O blog é meu e eu coloco aqui o que eu bem entender. Se não gosta não vá nos comentários dizer que é uma merda, etc, etc. Até compreendo a crítica baseada na musica mas a GRANDE MAIORIA dos chatos ficam repetindo o quanto eles são metidos, arrogantes, bla bla bla. Ora, porra, e desde quando roqueiro tem obrigação de dar exemplo de bom comportamento? Quem tem que dar exemplo de bom comportamento é o Bono Vox já que ele sonha em ser Secretário Geral da ONU. E também não sou do tipo de fã que acha que só o Oasis presta.

Aí vai a minha "listinha" com alguns comentários:

1 - Live Forever - a alma da banda e a sua famosa arrogância estão nesse clássico. Eles se acham mesmo e foda-se.

2 - Keep The Dream Alive - "I`m at the crossroads waiting for a sign/
My life is standing still, but I`m still alive"


3 - Falling Down - o último sucesso da banda antes do fim - "I tried to talk with God to no avail/ Called him up in-and-out of nowhere Said 'If you won't save me, please, don't waste my time' - e o clipe é belíssimo.


4 - Morning Glory - uma música para ouvir MUITO ALTO e acordar o mundo inteiro - FODA


5 - (It's Good) To Be Free - música muito convidativa para o uso de substâncias ilegais porém um cigarrinho e uma cerveja tem me garantido alguma qualidade...


6 - Talk Tonight - "I wanna talk talk tonight/ 'Bout how you save my life..." As minas pira na semiótica HAUHAUAHUA


 7 - Slide Away - Experimente ouvir isso dirigindo em uma estrada fum... Esquece!

 

8 - Roll It Over - Fechando o estupendo 4º álbum - um épico. Exercitava clipes imaginários ouvindo essa música.


9 - Champagne Supernova - Uma música líquida.


10 - Don't Go Away - Rasgar os sentimentos de vez em quando não faz mal...

 

 10 - Go Let it Out - Sou maluco pelo baixo nessa música!


12 - The Nature of Reality - Mas que surpresa essa música no último álbum!


13 - I Hope, I Think, I Know - Umas das que mais gosto de cantar.

 

14 - Who Feels Love? - Tem bastante daquele clichê Lennon do artista buscando alguma iluminação em algo oriental mas eu gosto. A edição do videoclipe é primorosa.

 

15 - Going Nowhere - Noel é um gênio. 


“Estou virando um velho beligerante. É o normal. Quando você chega a uma certa idade, você acha que as opiniões das outras pessoas não interessam mais, e você fica meio desconfortável com seu lugar na vida moderna.” - Noel Gallagher