23 de julho de 2015

Lênin e Stalindo

Lênin e Stalin após experimentarem o beijo gay:
- E aí?
- Aí o quê?
- O que você achou?
- Esquisito, mas revolucionário...
- Um pouco de rebeldia contra a família tradicional é até...
- Interessante...
- Creio que se o mundo ocidental aderir a essa prática rotineiramente...
- Hum?
- ...deu pra sentir a revolta contra a realidade?
- Forçosamente...
- Vamos experimentar mais uma vez então...
- Burguês. Achei burguês. BURGUÊS.
Lenin estanca, inconformado.
- Ce acha mesmo isso, Stalindo?
- Como disse, companheiro?!
- Nada... Ali não é o Trotski dando risada da gente?
- O próprio.
...
- Stalin?
- Diga, Lenin?
- Eu... Sabe, é que...
- Tudo bem. Vou mandar eliminar Trotski.
- Delicia. Você é um fofo."

15 de junho de 2015

Garschagen em Belém do Pará e bloqueio no Facebook (sim, de novo!)





Fui bloqueado na rede social do Zuckerberg, o novo amigo de infância de Dilma Rousseff. Sim, mais uma vez! E como sempre por comentários ditos "homofóbicos". Desta vez fiz uma piada sobre eu ter sido discriminado na loja do Boticário e chamado de "baitola". É isso mesmo: ser "baitola" é bonito, mas contar que foi chamado de "baitola" é ofensivo. Nem as aspas me salvaram. Trinta dias sem poder curtir, comentar ou compartilhar o que quer seja. Censura orwelliana, pura e simplesmente.


Tudo isso 24 horas após compartilhar oficialmente no meu perfil a palestra e o lançamento do livro "Pare de Acreditar no Governo - Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado", do Bruno Garschagen. Coincidência ou não, o bloqueio prejudica a divulgação deste evento que vem sendo planejado com muito empenho por um grupo de paraenses muito aguerridos e especiais. Esperamos que seja um evento inesquecível para que assim possamos mostrar que Belém merece estar na rota dos grandes lançamentos liberais-conservadores do Brasil. O primeiro de muitos que queremos realizar, seja trazendo lançamentos de livros ou palestras. Sim, tem reaçada na Floresta! E somos cada vez mais!!!

E não vamos nos intimidar. Nem parar. Nem retroceder.

***

Aproveito o espaço para convidar a todos:


PALESTRA - 07 de JULHO de 2015, às 19h, no Espaço da Padaria Caramelada (Brás de Aguiar, 842-B, ao lado do Spazzio Verdi - Nazaré)
LANÇAMENTO/ NOITE DE AUTÓGRAFOS - 08 de JULHO de 2015, às 18h30, na Livraria da Fox (Doutor Moraes, 584 - Nazaré)
Sobre a obra e o autor, leia mais em: http://www.brunogarschagen.com

Entrada franca!!!



10 de junho de 2015

Ordem e sentido em J.R.R. Tolkien e George R.R. Martin.




Escrevi algo semelhante sobre GoT depois que assisti a segunda temporada. Deixei de assistir, mas até onde acompanhei senti o mesmo tédio ao ler sobre a Idade Média em autores marxistas. Como nos livros, vi na série (pelo menos até ali) apenas uma maçaroca ininterrupta de fatos aleatórios sem um fio condutor, tal como o identificado por Voegelin como "o sentido da história". Reitero: não sei se essa "Ordem" é desvelada por trás do caos com o decorrer das temporadas. Não aguentei esperar. O que senti foi exatamente o que o Taiguara Fernandes de Sousa sentiu: NADA. A verossimilhança não passa dos pequenos dramas de alcova, todos atomizados diante de um cenário tão instável como areia movediça, onde nem o bem e nem o mal parecem ter alguma função espiritual. Como nos livros marxistas sobre a Idade Média eu vi apenas luta pelo poder, guerras e guerras, reis que morrem, golpes, revoluções - sem qualquer ordem aparente ou finalidade. Não sei se é porque havia assistido muito recentemente "The Tudors" que, apesar das várias liberdades históricas e estéticas, sempre mostrou naturalmente o ponto de vista divino, o sentido transcendente das ações, como cimento que junta os tijolos do caos. É esse ponto de vista, ainda que meio oculto, que se percebe claramente em Tolkien. Foi o mesmo que percebi em The Walking Dead onde o desespero e a selvageria delineiam claramente a falta de uma Ordem, permitindo que se sinta a presença constante da ausência de Algo. Game of Thrones me pareceu bem condizente com o título: um jogo de tronos, um lance de dados, tal como a Idade Média parece sem o ponto de vista sobrenatural do Cristo e do Corpo Místico na historiografia marxista. Pareceu a mim a Idade Média sem Deus perfeita para quem só enxerga a superficialidade da aventura humana.

Confira o texto do Taiguara:
"Eu estou assistindo a atual temporada de Game of Thrones atrasado.
Contudo, em vista do momento atual, não pude deixar de notar como a religião em George Martin toma duas formas: primeiro, o desleixo mundano; segundo, o fanatismo assassino. Não existe na literatura de Martin até o momento uma religião verdadeira e amiga da razão humana. Ou a religião é instrumento de barbarismo ou o é de puritanismo fanático, que beira ao ódio.
Alguma semelhança com os discursos laicistas atuais?
É curioso, mas essas são justamente as duas únicas formas pelas quais os laicistas modernos conseguem ver a religião - para eles, algo por si irracional. A religião separada do Logos - o Cristianismo é a religião do Logos - abandona a razão e se torna barbarismo ou fanatismo. O Cristianismo é uma proposta contra isso, de uma religião baseada na razão, como Ratzinger gostava de ressaltar.
Em George Martin a razão só pode ser humanista, nunca há uma religião racional. Ela sempre é irracional e, por isso, é transmitida pelo autor nas duas formas acima. Devido a isso, a religião se torna um instrumento de politização e estatização fácil, pois desprovida de sua ligação essencial com a Razão Divina - o "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" não existe.
Eu não sei como a história vai se desenrolar - tenho todos os livros e preferi deixar para lê-los depois de ver a série - mas o autor me parece, até o momento, um autêntico secularista moderno.
Se Tolkien tinha uma literatura profundamente espiritual, em que a ordem natural era essencialmente ordenada pelo Logos de Ilúvatar, a proposta de Martin é [ou parece ser] exatamente o contrário: o espiritual é irracional em si mesmo, a razão pura não admite estas coisas. É por isso que não há um senso de ordenação na obra de Martin: o que acontece hoje, muda imediatamente amanhã; quem está vivo agora, morre no segundo seguinte. A ordem vem da razão e a cosmogonia de Martin é irracional - não há um Logos Divino, a desordem impera absoluta no domínio da Criação. Só a razão política poderá garantir ordem, isto é, o Estado humanista, secular e laico (ou que, ao menos, tenha as religiões sob seu controle).
Digo isso porque muita gente gosta de falar em semelhanças entre Tolkien e Martin, mas, como espectador de ambos (e muito mais tolkieniano que martiniano), eu só vejo dessemelhanças.
Não há duas literaturas mais distintas em sua filosofia, cosmogonia e escatologia do que as de J.R.R. Tolkien e George R.R. Martin."

Leia também o primoroso artigo de Carlos Ramalhete sobre Game of Thrones na extinta Revista Vila Nova.

18 de maio de 2015

Trauma e desejo de punição



Trauma. A 1ª guerra mundial está para a explosão da revolta socialista como o 11 de setembro está para o terrorismo islâmico do século XXI e o irracionalismo da moral biônica da Nova Ordem Mundial. Repare que no fim do século XX também ocorreu um movimento semelhante ao da Belle Époque, tanto em avanço econômico-tecnológico quanto no alastramento de um sentimento de otimismo baseado na virada do século (alguém aí lembra da Era de Aquário que estaria chegando?). Se eu não me engano foi o Otto Maria Carpeuax que identificou um certo excesso de otimismo na literatura modernista do início do século, assim como também um sentimento volátil de que alguma coisa muito ruim estava prestes a acontecer. O universo pop (que foi a 'literatura' de pelo menos a segunda metade do século XX) também padeceu de um excesso de otimismo e de pessimismo semelhante ao do início do século de Lênin. Basta dar uma olhada nos últimos álbuns musicais e filmes da virada do ano 2000 pra perceber que existia uma euforia, e ao mesmo tempo um corvo sobrevoando tudo aquilo. Talvez estejamos diante - mais uma vez como depois da 1ª guerra - de mais uma manifestação da Síndrome de Estocolmo, de desejo mórbido e coletivo de uma punição redentora, disfarçada de um grande avanço de liberdade. Talvez tenhamos mais uma vez sido estuprados e chantageados pelos dedos acusadores e demoníacos dos agitadores desse mundo. Assim o século XX rapidamente passou da Belle Èpoque para a explosão totalitária da política ao redor do mundo; assim o século XXI passou da otimista "Era de Aquário" para o relativismo macabro do Estado Islâmico, da Ideologia de Gênero e do Transhumanismo. O Olavo de Carvalho mesmo diz no Jardim das Aflições que é impossível explicar o século XX sem compreender o papel diabólico das grandes manipulações mentais de massa nos acontecimentos do período.

17 de maio de 2015

Simulacro e simulação



Tem uma coisa que todo mundo aqui na internet, nas redes sociais, anda esquecendo: isso é tudo SIMULACRO e SIMULAÇÃO.
Eu não sou o que sou aqui e você não é o que está aqui. Na vida real eu sou algo bem melhor do que está aqui, mas também algo bem pior do que está aqui. Você também é algo melhor do que está aqui, e também algo bem pior do que está aqui. Essa é a verdade. Toda amizade é incompleta. Quase toda briga aqui inútil, patética, porque até a ofensa de alguém que não existe contra alguém que é fumaça e papelão é incompleta sem o respectivo crispar de mãos e sangue nos olhos.
Parem de fingir que a verdade da vida está aqui no Facebook, ou no Twitter, ou no Whatsapp, pô! Isso aqui está machucando vocês, falsificando vocês, enganando vocês. Esse teatro todo não dá conta da complexidade de cada um de vocês. Jamais troquem laços fortes e verdadeiros com os que possivelmente possam ser feitos nesta maravilha da modernidade chamada internet. Nada ainda substitui o olho no olho, o ombro a ombro, a companhia do outro - especialmente nas batalhas do dia-a-dia. Um amigo só se reconhece no dia-a-dia, um filha-da-puta também
É por isso que hangouts me dão um sono. Quando os caras ainda estão um aqui no meio da floresta, outro em SP e outro na Virgínia ainda compreendo; mas hangout de marmanjo na mesma cidade é o cúmulo da pau-molice de moleque de condomínio. Ah, vá! Não acredito em movimento intelectual/político sem rodadas de cerveja, sem amigo acudindo o porre do outro, sem flerte com a amante alheia, ou possibilidade de briga às três horas da manhã. Nem acredito em movimento intelectual/político de mulheres que não se encontram, que não fofocam juntas, que não falam do pau do marido umas para as outras, ou que não trocam receitas de como criar os filhos e preparar a janta.
Sei que é uma merda não pertencer a um mundo onde a esquerda lobotomizou a quase todos. Sei que é uma merda às vezes viver numa cidadezinha onde você não tem nem com quem conversar. Mas não deixem o limbo em que vocês se meteram destruir quem vocês são. Haverá decepções? Sim, haverá. Mas existirá menos solidão, menos desespero virtual; seja por vaidade, seja por auto-afirmação. E certamente haverá mais mudanças reais no que deixa a todos indignados.
Chegou o tempo das canecas quebradas! Chegou o tempo de quebrar bar!

16 de maio de 2015

"American Sniper" - Viver não é para covardes




Assisti o "American Sniper". Finalmente! Cru e direto, como quase todos os filmes do Clint Eastwood. Não é que seja simplista (são os críticos esquerdistas que estão demais tarados por contextualizações políticas de filmes engajados), mas sim a sabedoria do 'velho caubói' que está ali sem enrolação: alguém tem que fazer o 'mal' que não quer para que o bem prevaleça nesse nosso vale de lágrimas. 


Como todo conservador que se preze, o velho 'old man' de Hollywood não se engana e não quer enganar: existem ovelhas, cães e pastores. Parece simples? É. Mas não é. O resto é conversinha pra 'sissys' esquerdistas fazerem de conta que controlam alguma coisa, de que podem sonhar em abolir a realidade que assustou até o próprio Cristo ("E livrai-nos do Mal"). O conservador não espera a realidade vir até ele como um ladrão, mas vai buscar o touro pelas unhas. 

O homem que não tem medo de viver e fazer o que tem que fazer (porque não se ilude com a promessa utópica da felicidade terrena imanente), também pensa assim o amor. O soldado Chris Kyle também não hesitou em 'montar e pegar pelos cornos' a mulher desejada; não há tempo para sonhar, para idealizar a pessoa amada; só há tempo para amar, e para amar intensamente. Assim como não há o tempo para amar a Deus, ou a pátria. Ou decidir entre uma bala na cabeça de um terrorista ou a morte dos amigos. E Chris Kyle viu em vida esse amor ser devolvido, apesar de todos os aborrecimentos que teve com o trauma da guerra e com a difícil compreensão da sua vocação por parte da sua família e dos seus compatriotas. Mesmo assim, o demônio que o ceifou estava ali na primeira esquina para tirar-lhe a vida, 'pelo fio da espada' como é o destino da grande maioria dos guerreiros, na sua estranha e misteriosa dignidade.

Essa obra-prima de Clint Eastwood é como a espada que o samurai desembainha, ou a pistola do caubói uma vez tirada do coldre: é para matar de vez ao menos uma das muitas dúvidas sobre o que signifique viver esta vida: viver não é para covardes.

3 de maio de 2015

"Interstellar", de Christopher Nolan - a salvação da humanidade pela ciência




O talento do diretor está lá: a montagem de tirar o fôlego, a fotografia quase documental, a direção de arte caprichada, os efeitos visuais realistas, a sutileza da trilha de Hans Zimmer... e a escritura algo desesperada, embora genial, do roteiro que sempre escreve com o seu irmão Jonathan Nolan. A dupla de roteiristas/diretor consegue uma coisa difícil de arrancar hoje do público médio de hoje: uma paciência extrema do público com as suas temáticas, que o faz engolir sem reclamar elipses narrativas colossais, numa aposta constante na inteligência do espectador (o espectador que cansa dos filmes de Nolan é aquele que quer tudo mastigadinho, sem a capacidade de preencher os 'buracos negros' da narrativa com conhecimento prévio do tema discutido na tela, e claro, um pouco de imaginação). Ele exige também, ainda que de forma um pouco mal-educada, MUITA paciência.


A metodologia de Nolan de escrever/dirigir filmes parece mesmo inspirada na mecânica de uma viagem interestelar: ele lança um foguete rumo ao nada, vai abandonando módulo após módulo em sucessivas arrancadas, acopla para iniciar uma viagem à velocidade da luz, coloca-nos em animação suspensa, até nos acordar e finalmente nos convencer do que bem entender, deixando-nos a flutuar pelo desconhecido - afinal, já realizamos uma jornada praticamente sem volta. Foi assim em Memento, na Trilogia Batman e em Inception. Sem tempo para pensar demais, somente para escolher entre 'continuar sonhando' ou abandonar a sala de projeção, o espectador logo se vê imerso na linearidade inversa do filme estrelado por Guy Pearce, na sociologia fantástica de Gotham ou na metafísica onírica do mundo dos sonhos de Leonardo DiCaprio. Ora, é cinema, 'Rapid- Eye-Movement', 'sonhar acordado'. Christopher Nolan sabe que lida com viciados em um mundo de fantasia. 

"Interstellar" insere-se na tradição de filmes de viagens espaciais em algum lugar no meio de um gráfico que bolei que tem numa ponta a mitologia Star Trek e noutra a saga Alien - o mais radical otimismo sobre o espaço e o destino da humanidade no cosmos, também presente de alguma forma na saga Star Wars de George Lucas; e o pessimismo fatalista e 'nietzschiano' da saga de Ridley Scott, no qual o universo exterior só reserva morte e desespero.

O filme de Nolan já é pessimista pelo pano de fundo da aventura através da visão de uma Terra em franco processo de destruição via desastre ambiental. O ser humano é uma praga, um gafanhoto, a outra ponta de um processo desastroso - iniciado por Deus ou pelo acaso que seja - , uma anomalia, uma bizarrice sem lugar nem conformação alguma na natureza, uma aberração ecológica. Ora, essa é toda a implicação ontológica do ambientalismo: se o homem destrói o planeta por seu simples processo de ser homem, Deus errou. Ou Ele não existe, pura e simplesmente. E se existe há de nos colocar à beira da extinção obrigando-nos a buscar uma nova morada nas estrelas. Seja lá o que for que nos transformou em homens sapiens capazes de praticar capitalismo e construir indústrias poluidoras, errou feio em nos tirar da condição de macacos fofos e harmônicos. Calma, é Nolan, relax and dream...

Em suma, 'nolanamente' somos jogados em uma jornada que - de elipse em elipse, como de costume - nos transporta a conceitos como 'singularidade', 'hipercubos', 'buracos de minhoca', etc. Se 'nolanamente' o autor/diretor coloca "o amor" pra cimentar tudo o que com muita dificuldade encontra algum liame, nada mais evidente do seu talento hollywoodiano de fazer parecer palatável algo tão complexo como Teoria da Relatividade. E tudo muito 'nietzschiano', claro; com o Eterno Retorno ali substituindo qualquer tentação de se falar em Causa Primeira, Criador, Deus, que seja. Todas as 'coincidências' são auto-geradas pela ação do próprio homem. Tudo muito cientificamente correto, com uma ajudinha do Amor e dos laços familiares. Pessoalmente, aprecio mais a honestidade do 'Prometeu' do Ridler Scott (apesar dos clichês terríveis), bem menos preocupado em dar respostas para tudo.

No gráfico que proponho, "Interstellar" certamente orbita ali pelo meio: pessimista na premissa, mas algo otimista nas possibilidades de sobrevivência do homem, ainda que por meio exclusivo da ciência e da tecnologia, mesmo que estas sejam também a causa da ruína da espécie humana com a sua necessidade de exaurir os recursos do planeta. Podia ser um samba do crioulo doido, mas não é: é Nolan. E você é um viciado em cinema. Você é um viciado em sonhar acordado por duas a três horas, mesmo que tudo faça pouco ou nenhum sentido. E Nolan tem sido um dos melhores fornecedores de entorpecimento cinematográfico dos últimos tempos.

1 de maio de 2015

Papagaio sem pirata



O conservador acha que se se comunicar com a alma do brasileiro é tarefa quase impossível. Não é não. O problema é que o conservador que não tem preparo pra lidar com o povo brasileiro. O conservador brasileiro não é um homem prático, pois vive numa bolha do conservadorismo europeu. Até os liberais estão crescendo mais no Brasil porque vivem menos na bolha que criaram em torno de si. O liberal encontrou ao menos uma conexão com o povo: a paixão de empreender dos brasileiros e a indignação crescente com os altos impostos em contraste com péssimos serviços oferecidos pelos Estado. É um começo para quem já sonha com representações políticas. Já o conservador esnoba a cultura brasileira como se tudo fosse simplesmente lixo. Muitos são incapazes de experimentar até uma comida típica ou comer um churrasco com os amigos, um blasé de vinhos caros e de cachimbos sem fim. Não pense que o conservadorismo britânico ou americano foi um caldeirão de idéias isolado da cultura britânica ou americana. Pelo contrário, esteve e está imbricado nas suas culturas. Em oposição, o conservador brasileiro ignora um Ariano Suassuna, por exemplo, porque o cara disse que já votou no PT. É simplesmente RIDÍCULO. O conservador brasileiro é, muitas vezes, um papagaio sem pirata.

30 de abril de 2015

Os professores e o Estado cafetão


A pena que tenho do professor (ou do supostamente professor que vai de capuz, pau e pedras para provocar policiais que cumprem a sua função) é a mesma pena que tenho que ter da humanidade. É a mesma pena que tenho da tragédia da estupidez orgulhosa da paixão juvenil. A mesmíssima pena que tenho pela ingenuidade dos sentimentos classistas de uma profissão acostumada a ser lisonjeada como 'aqueles que vão salvar o país', de ser os 'portadores do conhecimento', e blablablas. A mesma que tenho dos artistas - outra classe lisonjeada até a imbecilidade completa e alucinação, da qual me incluo - que agora são tratados pelo Estado com a esperança de que se comportem exatamente da maneira como se comportaram há décadas: como PROSTITUTAS.
Mesmo espancados, jogados de um lado para o outro por partidos e sindicatos, eles voltam para a mão pesada do cafetão Estado, com a gratidão daquelas diante dos que elogiaram seus dotes desde sempre, que as cobriram de jóias e de mimos na medida do possível, e que saem - no final das contas - sempre em defesa da mão que os alimenta e daqueles que "as fazem se sentir mulher".
Ora, me desculpem amigos professores, vocês não merecem, mas certamente irão apanhar mais do seu cafetão chamado ESTADO. O seu cafetão não está nem aí para vocês e suas cenas de vestes ensanguentadas 'em plena avenida São João'. Ora, vocês não tem pra onde ir mesmo! Voltem a fazer o que vocês sabem fazer melhor, calados, sem dar um pio sequer, e de cabeça baixa, como sempre fizeram diante de esquerdistas, vermelhos ou amarelos: se prestar a DOUTRINAR crianças e adolescentes para a Revolução Socialista, para o desprezo às tradições e ao conhecimento, para a relativização completa do valor da Língua e de nossa Civilização, para o despertar dos tais "direitos" nas cabecinhas revoltadas e ansiosas por 'mudar o sistema'.
Ah, o cafetão só quer mais do mesmo, mocinhas. E acha que tá pagando muito caro pra quem acha Shakespeare burguês, para quem não se esforça em entender método pedagógico algum que não seja o freiriano de criação de militantes, para quem não sabe ensinar um adolescente a escrever um projeto ou empreender um negócio, para quem acha que 'nós pega o peixe' está incluindo o jovem na sociedade e no mercado de trabalho. Caro demais!
Estarei sendo injusto com muitos professores? CLARO QUE ESTOU. Tem muito professor aí fazendo o IMPOSSÍVEL para salvar seus alunos da mediocridade reinante. São uma minoria ínfima e desprezada pela maioria, sempre chamada de 'metida' e de 'coxinha' pelos seus pares.
Mas não pouparei aqui nem os bons professores. Sabe quem é o 'bom professor' nessa tragédia algo nelson-rodrigueana? É aquela prima que espera a prima prostituta na porta do motel no qual oferece os préstimos do corpo e da alma alegremente, mas que JAMAIS tem a honradez de dizer a sua mui amada amiga e confidente:
_ "Por favor, meu amor, saia dessa vida antes que seja tarde..."

19 de abril de 2015

É HORA DE VIR PARA A LUZ!



Não é hora de recuar, nem de retroceder!
A PRIORIDADE do PT e do Foro de São Paulo é uma: RECUAR A OPOSIÇÃO PARA AS SOMBRAS. Para onde possam nos capturar sem que ninguém veja, sem que ninguém dê pela nossa falta, para onde o punhal da traição e do terror possa ser desembainhado, para onde as mesmas sombras possam nos iludir de que são mais do que parecem.
Não se permitam a serem empurrados paras sombras! É HORA DE VIR PARA A LUZ! Não se escondam! Não se envergonhem! Não se atemorizem diante do tamanho do inimigo! Não tenham misericórdia de quem não tem misericórdia de vocês! Sem desespero ainda useis das armas à nossa disposição! Não baixeis a vigilância! Não recuais um milímetro no campo de batalha! Como cães raivosos, esperam que demos às costas para nos atacar!
Existem outras maneiras de fazer algo além das manifestações.Aproveitem as oportunidades! As manifestações infundiram MEDO no coração dos comunistas: porque foram atos de pessoas ordeiras, ainda que divergentes, com diferentes ambições de alcance na luta política. Nenhuma violência! Nenhuma lixeira queimada! Pelo contrário: coragem, alegria, AMIGOS, FAMÍLIAS.
Ainda que as manifestações mitiguem em algo não parem de agir. Reforcem ações junto às suas comunidades, igrejas, escolas, universidades, ainda que modestas. Ações não apenas políticas, mas também culturais. Mostrem acima de tudo o rosto humano da nossa indignação e perceba essa indignação no próximo como quem percebe um irmão, não somente um ignorante ou alienado. Ceda! Dê dois passos com que te acompanhou um! Dê o manto pra quem te pediu a túnica! Ganhe o respeito pelo que FAZ antes de se arrogar autoridade no que quer que seja.
Os que não podem fazer algo procurem aqueles que estão fazendo para dar apoio, suporte, ao menos uma ORAÇÃO na calada da noite para fortalecer-lhes a fé.
A ARMADURA E A ESPADA BRILHAM MAIS À LUZ DO DIA!
AVANTE, BRASILEIROS!!!

4 de abril de 2015

Sobre intervenção militar e gente bobinha assustada

Primeiro vou dizer que também sou contra a intervenção militar, AO MENOS NESTE MOMENTO. Por que sou? Porque acredito AINDA na capacidade das instituições funcionarem em favor da Ordem, embora não existam muitos motivos para se crer numa virada do Congresso e do Poder Judiciário. E também porque acredito AINDA na força das manifestações.
No entanto, a realidade desse papo de intervenção militar é impossível de ser COMPREENDIDA sem ao menos ter conhecimento de SETE pontos mínimos, para que assim você passe a deixar de ser manobra da esquerda e volte a dormir tranquilo sem imaginar soldados malvados debaixo da sua cama:
1 - As Forças Armadas têm o DEVER CONSTITUCIONAL de defender a manutenção do Estado Brasileiro e a soberania nacional. Ao menos que você ache que soldado só serve pra gastar o seu dinheiro engomando a farda para a sedução geral.
2 - Existem realmente grupos na direita, MINORITÁRIOS, saudosos do regime militar.
3 - Há muitas evidencias de que alguns desses grupos estejam sofrendo infiltração do PT para inflamá-los.
4 - A mídia de esquerda faz questão de enquadrar nas lentes e nas câmeras de TV justamente essas manifestações minoritárias e mostrá-las como se fossem uma manifestação da maioria.
5 - Bem ou mal, eles tem direito de pedir o que acreditam, afinal NÃO ESTAMOS EM UMA DITADURA, NÃO É?
6 - Existe uma distância conceitual entre intervenção, regime militar e ditadura militar - o que a esquerda - USANDO DO MEDO E DA IGNORÂNCIA - mete tudo no mesmo saco de gatos.
7 - O senso comum sobre o período militar é eivado de mistificações, falsidades históricas, calúnias, exageros, etc pelo menos desde que a redemocratização deu a hegemonia educacional para a esquerdas nas escolas e universidades e, como prolongamento dessa ação, tomou os tribunais, redações de mídia, sindicatos, associações de ofício e até mesmo parte das Forças Armadas.
Sem ao menos atentar para essas questões é IMPOSSÍVEL ter um posicionamento racional sobre a questão que não seja aquele da própria propaganda feita pela esquerda, principalmente através de blogs sujos pagos pelo governo. O resto é lençol branco com dois olhos furados, sombra na janela e bicho-papão no armário.
A auto-ilusão 'dos pessoal' (é como eu chamo as pessoas bobinhas, assustadiças, do tipo que se assustam com Anabelle) em relação a intervenção militar serve bem ao propósito do partido governante de manter o que lhe resta de militância, especialmente entre a MILITÂNCIA DA LIBIDO, que imagina um futuro governo militar em que fumar maconha, fazer suruba e dar a bunda seja proibido (como se na década de 60 e 70 NINGUÉM FIZESSE ISSO ADOIDADO).
A esquerda está vivendo em um conto de cavalaria próprio, com seus moinhos e gigantes particulares. O que é uma BURRICE EXTREMA, pois não conseguem perceber a profunda insatisfação da sociedade - diversa e multifacetada -, impedindo que tenham uma reação apropriada aos fatos, fazendo uma cagada atrás da outra.
Essa loucura não é nova. Ela aconteceu na China, no Vietnã, no Camboja, no Leste Europeu, na Alemanha de Hitler. Cegos da causa da insatisfação popular buscam cada vez mais bodes expiatórios, até que se convençam de que é o povo que está louco e chegou a hora de ELIMINÁ-LOS.
E essa loucura que você alimenta quando propaga merda sobre intervenção militar.

27 de março de 2015

Só quero fazer teatro com gente normal

Ainda tenho o sonho de fazer teatro com gente normal. Explico o 'gente normal'. Sonho em fazer teatro com gente que vê a arte como busca da verdade e da beleza, que entenda o gesto bondoso de interpretar a realidade dos homens e da vida, e que se doe ao ser com intensidade.
Não busco um teatro de 'direita', não é isso; mas sim um teatro direito, honesto, feito por pessoas interessadas em ser 'monstruosas' no sentido shakesperiano do termo, que saibam ler o que escreve o amor calado: ouvir com os olhos é do amor o fado', como disse o Bardo.
Não busco o teatro feito por aqueles putos/putas mimadas que buscam nos palcos somente alguma notoriedade boba ou monstruosidade mal escrita para 'chocar a sociedade conservadora'.
Desprezo os artistas dito progressistas, que entre uma péssima atuação e outra vão prostituir a arte na luta-do-contra-tudo-que-está-aí-está através de dramaturgias forçadas, enfeitadas apenas com sinopses que pretendem não deixar ao espectador experiência de descoberta alguma, mas somente doutrinação panfletária para dizer o quanto são vítimas por serem pretos, mulheres ou adeptos de amores e esfregações heterodoxas, whatever, para que a platéia se entedie e continue a apoiar partidos políticos que vão jogar algumas migalhas para esses pobres incompreendidos que vivem sem dinheiro pra pagar uma cerveja.
Desprezo os ditos artistas interessados na sutileza e na subjetividade na arte como caminho fácil para juntar um grupo de ativistas ou militantes de qualquer coisa; seja para salvar as baleias, ou jovens em situação de risco, ou gente carente de ter onde desmunhecar ou de dizer pra vizinha o quanto é descolado.
Desprezo, acima de todas as coisas, o teatro dito experimental que aglutina apenas relatos de adolescentes confusos e ingênuos que confundem o desejo legítimo deles de dar a bunda e serem felizes com verdadeira inspiração artística, como se a intenção e o engajamento da obra fossem tudo, e a técnica e a forma não fossem nada. A criação coletiva - quando muleta do analfabetismo - é a decadência do teatro, a invasão bárbara que transforma anfiteatros em feiras de venda de animais.
Não que o teatro deva deixar de ser - como aliás foi e deve continuar sendo - a jóia de ouro da liberdade de expressão. Não. O teatro deve continuar a ser o aríete silencioso contra todas as imposturas, preconceitos, lugares-comuns, clichês, velhacarias, etc; mas com o respeito a inteligência dos seus espectadores - que antes de ver representadas as suas indignações - querem fazer parte do drama humano e da comédia de erros, querem descobrir por si, verter lágrimas e rir, sorrir e pensar, não simplesmente SABER O QUE ELE TEM QUE PENSAR AGORA PRA SER UMA PESSOA DITA LEGAL E ANTENADA. Existe uma diferença imensa em ser polêmico como Brecht ou Nelson Rodrigues, ou ser polêmico como Jean Wyllys ou Luciana Genro.