"...posso dizer que gostei muito do curta. A fotografia e
atuação dos atores é impecável; o cenário bem escolhido. Agora a parte
mais difícil, e fascinante: a história dá margem a várias
interpretações. E isso é como deve ser! Um traço de grande arte. Tem
aspectos do mito grego, assim o vejo. Quer dizer não somos senhores de
nós mesmos, mas joguetes de deuses imprevisíveis; a história
de Amor e Psique aponta nessa direção. De gnose, o mundo é mal e toda
inocência é/será violada; ou um deus mal toma conta deste mundo, no caso
do filme, uma espécie de controle autoritário. E isso leva a outro
aspecto do filme: um sistema autoritário que controla a vida das pessoas; a
ascensão, no sistema, se dá por obediência cega e atos de violência. Por
fim, a garota, inocente e bela, ao descobrir a trama torna-se brutal,
um ser pronto para matar... Foi o que vi, mas acho que há mais outros
aspectos a considerar. Preciso revê-lo. Ah, gostei também como os textos
poéticos (belíssimos) e narrativos foram intercalados, contribuindo
para o avanço da trama e não para confundir o espectador."
Karleno Márcio Bocarro é escritor, professor de Literatura, formado em Filosofia pela Universidade Humbolt de Berlim. Publicou o romance "As almas que se quebram no chão", pela editora É Realizações.
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